Não sei mais o que escrever
Que minha inspiração
Se foi amarrada aos teus pés
Quando você partiu
Me partindo ao meio
Com palavras cortantes
A fragilidade
Que não mostra meu semblante
E aqui dentro
Não teve forças
Para segurar
Minha alma em pé
Meu corpo se arrasta
Pelos dias que você não está
Como que implorando
Para você voltar
Meus olhos
Sempre distantes
Bem longe das alegrias
Que trouxera
Meu peito
Ah, meu peito
Não sei mais quando se agita
Ou quando sossega
Por vezes dou conta
Que esqueci de respirar
E por outras
Sinto teu cheiro no ar
Minha mente
Quando não redemoinho
Um espantoso nada
O mesmo que permite
Lágrimas descerem abafadas
Sensação de temporal
De coração carregado de incertezas
Que as expulsa dessa maneira
Pois não quer se afogar em tristezas
As pernas
Que me levam
Não sei para onde
E em tudo te busco
Sem querer querendo
Tropeçando nas lembranças
Do que não se soube
E agora?
Você vai embora e pronto?
Eu vou para casa e adeus?
Acabo de perceber
Que vamos nos perder
Sem mesmo o “ter”
Sem ao menos tentar
Sem deixar acontecer
Covarde tu dissestes que és
E eu? Nunca fui.
Serei eu covarde agora?
O que serei eu?
Para sempre
Nesse instante
Teu
Joy Mafaro
Nenhum comentário:
Postar um comentário