quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

SER

Não sei mais o que escrever
Que minha inspiração
Se foi amarrada aos teus pés
Quando você partiu

Me partindo ao meio
Com palavras cortantes
A fragilidade
Que não mostra meu semblante

E aqui dentro
Não teve forças
Para segurar
Minha alma em pé

Meu corpo se arrasta
Pelos dias que você não está
Como que implorando
Para você voltar

Meus olhos
Sempre distantes
Bem longe das alegrias
Que trouxera

Meu peito
Ah, meu peito
Não sei mais quando se agita
Ou quando sossega

Por vezes dou conta
Que esqueci de respirar
E por outras
Sinto teu cheiro no ar

Minha mente
Quando não redemoinho 
Um espantoso nada
O mesmo que permite
Lágrimas descerem abafadas

Sensação de temporal
De coração carregado de incertezas
Que as expulsa dessa maneira
Pois não quer se afogar em tristezas

As pernas
Que me levam
Não sei para onde

E em tudo te busco
Sem querer querendo
Tropeçando nas lembranças
Do que não se soube

E agora?
Você vai embora e pronto?
Eu vou para casa e adeus?

Acabo de perceber
Que vamos nos perder
Sem mesmo o “ter”
Sem ao menos tentar
Sem deixar acontecer

Covarde tu dissestes que és
E eu? Nunca fui.
Serei eu covarde agora?
O que serei eu?

Para sempre
Nesse instante
Teu



Joy Mafaro

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