A magreza é uma coisa que te faz corcunda
Só pele e osso, só osso que duro, dura
Sente candura na pele escura
No relembrar
No saltitar no peito
Eu digo:
Será mesmo desse jeito?
Em meio ao desconhecido
- Muito prazer!
Não mais
Está difundido
Imagem distorcida
Caduca a minha voz
Minha dor caduca
Caducou
Caducou a minha dor
Caduca
Caduca
E aquela paz que nem me lembro mais
Aquela voz
Aquele olhar difuso
Que não vejo e nem mais uso
A tua mão na minha nuca
Sutil a tua culpa
Caduca
Da minha vida
Mas segue que nem serpente
Quando a caça é a gente
Corre, corre
Ela te pega, te morde e te cega
Cobra cega tu és
Vampiriza os meus sentidos
Faz dos sons, dos grunhidos
Sinfonias de amar
Ah, cuidado criança
O bicho vai te pegar
Entre a foice e a ciranda
Era triste a tua lida
Em matéria do comum
Em matéria não vivida
Caduca mãe, eu também caducarei
Caduca pai
Caduca como a dívida no banco
Como os anos primeiros me trazem pranto
Porque já meio que os caduquei
Já caduquei o encanto
E me desencanto
Com o laço que embrulha o presente que não foi-me dado de coração
Era só decoração
Um coração para colocar em alguma estante ou alambrado
Com palavras decoradas
Que fazem sempre brilhar à retina
E acredita a mente cretina
Não mais!
Devolva minha paz
Que a sua eu não roubei
Tchau
Não quero mais falar
Que me cansei
Joy Mafaro
Nenhum comentário:
Postar um comentário