quarta-feira, 3 de outubro de 2012

O DIREITO DE IR E VIR


Escrevo, escrevo
Viajo, viajo
E não saio do lugar

Às vezes acho ridículo ter a sensação
De nem saber que sensação é

As coisas estão ao contrário:
A folha está de pé
A caneta está deitada
Mas não é que ainda assim sai tinta!
Olhando admirada disse em pensamento

Caneta e papel
Quase pré-histórico
Mas me traz tanto prazer

Posso ir aonde quero
De dentro para fora
De fora para dentro
Ou pelo avesso
Posso ser o que quero
E viver um pouco o que penso

E o direito de ir e vir
Que na realidade não existe
Eu faço escrevendo



Joy Mafaro