terça-feira, 23 de agosto de 2011

ALMA PERDIDA

Às vezes parece
Que é só fazer bico
Para ter beijo
Que é só abrir os braços
Para ter abraço
Ou seria amasso?

Amasso?
Mas isso é tão vazio
Quanto está o meu maço
E depois de tanta fumaça
Sinto-me bagaço

Minha alma em pó
Nuvem que se foi com a neblina
Fiquei aqui na colina
No breu

Ela,
Uma menina
Deixou aqui franzina
O meu eu
A carne e o osso
No fundo do poço

Mas não posso!
Esse mundo não me pertence
Ninguém convence
Dele ser nosso

Quero ir fundo em mim
Nesse mundo sem fim
Nesse esboço

Quero sim!
Revivendo assim
Em alvoroço

Não sou nada
Sem minha querida
Que mesmo ferida
Vida me deu

Não sou nada
Se corpo
Apenas fosse
Ali morreu

Na futilidade que tudo anda
Dádiva é querer olhar da varanda
E ver dali
Não descer nem subir

Será que alguém vai vir?

Numa vasta olhada
Prédios
Açoites
Estrada
Ninguém vi

Ao descer procurando
Nego!
Que em ruas trafego a padecer

Pois procuro por um bandido
Por um ser escondido
Que está por nascer

E no meio da rua me dispo
Fico nua
Grito:
AMOR,
CHEGUE ANTES D'EU MORRER!



Joy mafaro

Nenhum comentário:

Postar um comentário