quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

PRATO DO DIA

Nada nunca será igual.
Ilude-se quem pensa que sim.
E no final, é como um doce delicioso que deixa um gosto amargo.
A cada segundo, de alguma maneira, não somos mais os mesmos.
Mesmo que “sejamos”. De qualquer forma estamos um segundo mais velhos, um segundo mais mortos, um segundo mais experientes ou talvez até, um segundo mais tolos. Portanto não seremos nunca os mesmos.
Voltando aos doces que muito me apetecem. Nem eles têm o mesmo sabor da segunda vez, por N fatores: já não é o mesmo que se comeu da primeira vez ou foi feito por outra pessoa, outra indústria, outra máquina. Ainda que seja o mesmo da primeira vez, pode estar um pouco passado, o sabor não será mais novidade, etc.
Assim é a vida, cada coisa tem um sabor a princípio e depois muda.
Com certeza há os que mudam para melhor, lembro-me da primeira vez que tomei açaí. Estava experimentando uma colherada da singela tigela de uma amiga de colégio. Nossa! Quis cuspir na cara dela, de tão ruim que achei e hoje é uma das coisas que mais gosto.
Visto isso, percebido o fato da mutação.
O que fazer se o sabor ficou enjoativo ou se agora é bom?
Primeiro, é bom que não fique enjoativo, para tal, melhor não exagerar.
Segundo, tem doces que só sua avó, sua mãe, tia ou doceira preferida sabem fazer.Ou seja, existem os doces “únicos”.
Saindo dos doces, vai!
Seguem comparações, muito íntimas e pessoais:
Não há pão de forma mais gostoso que o meu. Ele representa o amor-próprio.
Não há pão caseiro mais gostoso que o de minha avó. Ele representa o amor em família.
Não há pão doce mais gostoso que o de minha madrinha. Ele representa o amor familiar/fraterno, independente de laços consanguíneos.
Não há bolo mais gostoso que o daquele aniversário de nem sei quantos anos. Ele representa o momento.
Poderia caracterizar mil coisas representando outras mil coisas aqui, todavia é só para ter uma noção de minhas comparações e o valor de suas unicidades.
Claro que, nem todo mundo que ler isso experimentou o meu pão, o da minha avó, de minha madrinha, muito menos daquele aniversário. Contudo todos temos algo especial e marcante que devemos levar conosco e dar valor, pois é o que nos faz quem somos.
Porém, temos também de dar espaço ao novo sempre, a novos sabores, texturas, odores, receitas, olhares. Nem tudo que é feio tem gosto ruim. Como existem lindas guloseimas que só nos ferram a saúde e nem são tão boas assim, vai!
Pensemos com esse preceito, de que a vida é quase que a padóca do Manel e diante deste preceito, o que nos faz realmente bem e o que não.
Guardemos as melhores receitas para serem refeitas e as nem tanto, que vão para o lixo.

E aí, qual vai ser a pedida de hoje?

Uma dica, vai tomando um suquinho de maracujá enquanto não se decide, que é preciso calma para boas decisões, pois algumas serão únicas, não só em qualidade, contudo também em quantidade.

Portanto, cuidado com o que come! ;)



Joy Mafaro

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