Rio de águas doces
Desce sua nascente
Não acorrente
Não há corrente?
Deixa eu mergulhar em ti
Alegremente
Não acorrente
Não há corrente?
Me faz livre
Liberte a minha mente
Não acorrente
Não há corrente?
Me leva ao mar de amar
Me faz presente
Não acorrente
Não há corrente?
Onde foi parar o rio
Cadê ele minha gente?
Não acorrente
Não há corrente?
O prenderam em algum lugar?
Acabou-se de repente?
Não acorrente
Não há corrente?
Ouvi alguém dizer:
-Aterraram!
-Ampliaram!
-Enfeitaram!
Agora vão uma rua fazer
Cheia de lojas
Vitrines
Mostruários
Monstros diários
Cheia do que não queremos ver
Com a água que lá estava
Fizeram lavagem cerebral
E agora todo mundo alienado
Todo mundo pensando igual
Fujo dessas ruas
Onde não quero passar
Frequentemente
Frequentam minha mente
Como um relógio que hipnotiza
O mesmo ritmo
A mesma batida
A mesma medida
Tá tudo normal, né!?
Mas eu não digeri
O povo superficial
Jamais mergulha em si
Rio de águas límpidas
Onde posso mergulhar
É minha mente
E ela mente?
Vou bem fundo
Ainda consigo respirar
Suavemente
Breve
Mente
Joy Mafaro
Grata por toda colaboração de: Adriana Januário, Clara Cecília, Fram Alves e Juliana Macedo
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