quinta-feira, 14 de abril de 2011

CARÓTIDA LUNAR

Aqui
É um vaivém constante
Nem ideia eu tinha
Desse amor ser tão gigante


Dentro de mim alarde fazia
Mas eu o aquieto
De quando em quando


No começo era por medo
Depois tornou-se hábito
Pois assim tinha de ser


E agora,
Cada vez que
Toco os olhos em você
Junto aos ouvidos
Fazem crer


Que o pulsar cá
Não serve somente
Para o sangue passear


Por vias de veias
Em meu esguio e languido corpo
Onde minha alma brinca de viver


Aqui dentro algo diz:
Sim, é você que eu quero ter


Não ter como posse
Porém um ter de ter
Sabe-se lá explicar isso


Há coisas que
Ainda não compreendo
Pois que ando num mundo
Meio unguento
É aqui que também vivo


Desordeira
São as tuas ruas
Inseguras
As tempestades


Travessas
Que nos levarão
Para não sei onde
Que ficam ao lado
Do que não se esconde


E a única via
Que quero achar:
A sua
Carótida lunar


Me encontre nela
Na altura do número 999
Que é um local mais calmo
Porque a partir do 666
Existem outros 69 intrusos
Que só vêm para tormentos


Sinto-me tão bem ao seu redor
E cada vez que encontro
Meu pensar lá junto ao teu
Já não me importa o pesar
E todo o breu


Joy Mafaro

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