sexta-feira, 15 de outubro de 2010

NAVEGANTE

Que pena tudo ser assim
Oportunidades passaram por mim
Mal sabia eu, que o que me esperava era o breu
E num pensamento mesquinho
Fiz do coração, do meu ninho
No ápice de seu apogeu
Um pedaço de papel transformado em barquinho.

Pensando que o melhor estaria por vir
Permiti ao vento guiar, dirigir
Ele soprou para o destino
Sempre em frente
Mas de repente, dei-me conta
Deixei cair nas águas da lembrança
O meu melhor com toda sua criança.

E antes mesmo que pudesse olhar pra trás
O mar o absorveu com toda sua luz e paz
Não tendo como voltar
Em desespero, com as mãos comecei remar
Tudo em vão
Exausta demais para continuar.

A chuva chegou
O mar se agitou
O barco virou

No meu afundar profundo
Descobri bem lá no fundo
Que não é só no céu que existem estrelas.

Em minhas mãos as peguei
Com elas o caminho iluminei
Vi todos os tesouros que deixei naufragar
O que pude, peguei de volta
Inclusive toda esperança perdida que consegui aguentar.



Joy Mafaro

Um comentário: